quarta-feira, 30 de abril de 2008

Isso que eu chamo de Virada Cultural para a direita!
Racismo, segregação e preconceito. Isso a tele do Plin, Plin, não mostra.

Apartheid: espaço negro é discriminado e vigiado na
Virada Cultural

Como os mecanismos racistas apareceram na
organização da Virada Cultural, na sua cobertura e
mesmo nos comportamentos de pessoas que
freqüentaram os espaços de música negra.

Dennis de Oliveira*

Entre tantos confetes despejados pela mídia para a
Virada Cultural - principalmente pelo fato do Poder
Público mobilizar sua estrutura para criar um
"simulacro" de paz no degradado centro de São Paulo,
permitindo que a classe média possa passear
tranquilamente nas ruas cotidianamente ocupadas por
mendigos, trombadinhas, prostitutas, vendedores de
crack e outros párias - não passaram despercebidas
as atitudes racistas da organização do evento para
quem freqüentou o espaço destinado à apresentação
dos grupos de hip-hop e black music.

Dentro da filosofia de segmentação dos espaços de

acordo com os ritmos apresentados, a organização da
Virada Cultural "segregou" o hip-hop e a black music
para um local mais distante do centro, a Praça Cívica
do Parque D. Pedro, atrás da antiga sede da prefeitura,
o Palácio das Indústrias. O local é de acesso difícil e
fica mais distante da maioria dos espaços centrais
onde aconteceram outras apresentações.


* Professor da Escola de Comunicações e Artes da
USP, jornalista, doutor em Ciências da Comunicação
pela ECA/USP, presidente do Celacc (Centro de
Estudos Latino Americanos de Cultura e
Comunicação) e membro do Neinb (Núcleo de
Estudos Interdisciplinares do Negro Brasileiro). E-mail:
dennisoliveira@uol.com.br

terça-feira, 29 de abril de 2008

*Fome: alimentos como negócio

Leonardo Boff **

(...)

" No fundo, o que interessa mesmo é garantir ganhos para os negócios e menos alimentar pessoas. Se não houver uma inversão na ordem das coisas, isto é: uma economia submetida à política, uma política orientada pela ética e uma ética inspirada por uma sensibilidade humanitária mínima, não haverá solução para a fome e a subnutrição mundial. Continuaremos na barbárie que estigmatiza o atual processo de globalização. Gritos caninos de milhões de famintos sobem continuamente aos céus sem que respostas eficazes lhes venham de algum lugar e façam calar este clamor. É a hora da compaixão humanitária traduzida em políticas globais de combate sistemático à fome."


** Teólogo e professor emérito de ética da UERJ
* Artigo publicado no portal Adital - Notícias